quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

De quem é a culpa?


Estudo Administração em uma Autarquia, onde a faculdade é paga a metade pelo município, e a outra metade paga por nós alunos. No primeiro período, tive o desprazer de ter como professora, uma pessoa de personalidade medíocre, pouco culta para o mestrado que tem , bastante leiga em sua disciplina: Metodologia Científica, e com uma arrogância disfarçada de professorinha amiguinha e humilde. Enfim, sem mais adjetivos, essa senhora fez um comentário que creio eu, deixou a maioria dos alunos com um pouco de raiva. Disse que seu filho (hoje trabalhando em sua área na Inglaterra) só conseguiu o que tem por conta de muita luta, e quem não consegue passar em uma Universidade Federal, como foi o caso dele, vem para a particular. Ou seja, nos chamou de incapazes, que não tínhamos força de vontade. Eu queria que ela saísse do mundinho dela de “elite” garanhunhense, e olhasse como se encontra a educação no Brasil.

Com isso produzi este texto, que com certeza ela não gostou de ler, e posto aqui no Pasquim Iati, depois de quase um ano.

A pergunta que não quer calar é se no Brasil existem empregos suficientes. Alguns responderão que não há qualificação, porém há oportunidade para quem está preparado. De fato isso é verdade, existem muitas vagas nos campos de trabalho, como por exemplo: analista de sistema, engenheiros disso ou daquilo, etc. Mas o Brasil não educa e prepara o jovem brasileiro para o mercado de trabalho, abrindo espaço para quem vem do exterior, e, portanto acentuando-se a visão preconceituosa que se tem do Brasil, como país do carnaval, do futebol, e dos imbecilizados.

A educação no Brasil está mais do que falida. Para quem não sabe disso, tente visitar uma escola pública para ver o descaso. Faltam professores nas áreas de exatas e biológicas, e mesmo assim o aluno passa de ano. Simplesmente ele não aprende o básico de Física e Química numa escola pública. De quem é a culpa? Como sempre sobra para nós jovens, dizem que não temos força de vontade, e coragem para estudar. De fato isso está errado, faltam oportunidades de se ter um bom alicerce, e seguir sozinho daí em diante. Resultado: esse aluno faz vestibular numa instituição pública, leva ponto de corte nessas disciplinas, que não conseguiu aprender sozinho, pois não é autodidata, e acaba cursando em uma faculdade particular.

A culpa é do jovem, do adulto, enfim de toda sociedade brasileira, que assiste alheia a um cenário político de incompetência e corrupção, essa é uma verdade que não dá para se discutir. Não se dão conta de que vivemos numa democracia, e que todo dejeto é resultado das nossas escolhas, porém, como sempre procuramos culpados que não sejamos nós mesmos.

Nesse país, só se cresce mostrando a bunda e jogando futebol, essa é a visão que terão de nós brasileiros, enquanto não sairmos desse estado de passividade que nos encontramos, enquanto não nos sentirmos responsáveis pela nossa ordem e progresso.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Contexto histórico da participação feminina na sociedade





Não é 8 de Março... que dia é hoje?
Todo dia, é dia.

abaixo você ir
á ler a releitura do texto mulher, feito o ano passado.

Parabéns a todas nós, todos os dias. E homens, lembrem-se disso diariamente! :)







Em variadas épocas encontram-se escritores, cientistas, filósofos e homens comuns que tinham e têm uma opinião acerca do lugar ideal para a mulher. Será que desde a Antigüidade e tempos remotos, as peculiaridades da mulher seriam: modéstia, castidade, amor à família, casamento, gravidez?
Existe pouca fonte documental na história que fale das mulheres, ou senão existem essas que foram escritas por homens. Tudo, ou quase tudo que se sabe da mulher na história da humanidade, foi escrita por homens, eles que detinham o poder econômico e intelectual. Por isso não se sabe ao certo se a mulher sempre teve uma posição de submissão e inferioridade.
A mulher representa a sensibilidade, o homem: a força. Ela plantava, cozinhava. Ele caçava. Isso introduziu no consciente das pessoas que o homem era superior, pois tinha a força de caçar, enquanto o serviço que a mulher exercia era facilmente exercido pelo homem.

“O simples aspecto da mulher revela que não é destinada nem aos grandes trabalhos intelectuais, nem aos grandes trabalhos materiais. Paga a sua dívida à vida não pela ação mas pelo sofrimento: as dores da maternidade, os inquietos cuidados da infância; deve obedecer ao homem, ser uma companheira paciente que o conforte. Não é feita para grandes esforços, nem para dores e prazeres excessivos; a vida para ela pode decorrer mais silenciosa, mais insignificante, mais serena que a do homem, sem que ela seja, por temperamento, melhor ou pior.” Arthur Schopenhauer

O machismo, ou mesmo falta de bom senso de alguns intelectuais, fazem aumentar ainda mais a desigualdade entre homens e mulheres. Alguns filósofos, como: Nietzsche que seguiu parte das idéias de Schopenhauer, fomentaram alguns dos estereótipos atribuídos às mulheres, assim tanto o senso-comum, quanto a comunidade acadêmica se justificam.
Quando se fala em intelectualidade, espera-se falar sobre conhecimento, e é impossível pensar que grandes filósofos, não tinham conhecimento da história de grandes mulheres, ou então isso se dá por oposição da parte deles a não citar ou ao menos lembrar esses nomes.
Muito antes do século XIX, época em que vivera Arthur Schopenhauer, encontram-se registros antigos que remotam 6.000 anos a.C. de mulheres voltadas às práticas astronômicas. A sacerdotisa Em Hedu'Anna, da Babilônia, que viveu por volta 2.300 a.C., ajudou a decifrar as estrelas e desenvolver os calendários, tornando-se um símbolo e referência importante para os astrônomos e matemáticos. A egípcia Aganike (cerca de 1878 a.C.) era conhecida como filósofa e astrônoma. Aglaonice de Thessalia que viveu na Grécia, explicou eclipses de Lua, e por fazer previsões sobre eclipses foi considerada bruxa. Um nome mais conhecido é de Hipátia de Alexandria, matemática e filósofa neo-platônica, nascida aproximadamente em 370 d.C. e assassinada em 415 d.C. Ela estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A ela se atribui a invenção do Astrolábio, e do densímetro. Foi morta por cristãos fanáticos, acusada de heresia.


"Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber seus ensinamentos."
A Vida de Hipátia, em História Eclesiástica."

Quem já não ouviu falar em Cleópatra? Pois ela é uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e uma das governantes mais famosas do Antigo Egito. Nunca foi a detentora única do poder no seu país, de fato co-governou sempre com um homem ao seu lado: o seu pai, o seu irmão (com quem casaria mais tarde) e, depois, com o seu filho. Contudo, em todos estes casos, os seus companheiros eram apenas reis titularmente, mantendo ela a autoridade de fato. Também, vale ressaltar Nerfetiti, uma das mulheres mais influentes do Egito, ela reinou lado a lado com Amenófis IV, governante da 18ª dinastia do Novo Reino, que mudou seu nome para Alchenaton depois de subir ao trono em 1353 a.C.
Mas voltando para o mundo da Ciência, com certeza Einstein é um nome muito conhecido, e Mileva Maric, alguém conhece? Ela foi uma matemática sérvia primeira mulher de Einstein, era uma brilhante cientista sérvia que abandonou sua carreira para cuidar dos dois filhos do casal. Contam que ela que fazia os cálculos de Einstein. Lise Meitner foi uma física austríaca que estudou radioatividade e física nuclear, tendo sido a descobridora da fissão nuclear. Meitner reconheceu o potencial explosivo desse processo. Imediatamente esses resultados foram confirmados no mundo inteiro. Tal descoberta fez com que outros cientistas se juntassem para convencer Albert Einstein a escrever uma carta ao Presidente Franklin D. Roosevelt, alertando-o quanto aos perigos do Projeto E em um prêmio Nobel, seu nome não foi reconhecido pela descoberta. Maria Sklodowska, mais conhecida por Marie Corrie, assumiu a cadeira de seu falecido marido na Universidade de Sorbone e tornou-se membro da Academia Francesa de Medicina, posição também inédita para uma mulher. Foi uma cientista francesa de origem polaca, sendo laureada com o Prémio Nobel de Física de 1903 pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenômeno pouco conhecido) e com o Prémio Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. Foi também uma diretora de laboratório reconhecida pela sua competência.
Não foram poucas as mulheres que se destacaram na ciência, poderia citar aqui inúmeras, com lista de A a Z. Mas nem só de ciência vive o homem, mas de arte, poesia, música, política e outras tantas áreas de atuação. Na literatura, Lou Salomé foi escritora russa, que tinha um tom psicanalítico em seus romances, ganhando assim admiração de Freud. Conheceu e conviveu intelectualmente com Freud, Jung, Nietzsche, Henri Bergson, Sartre, Paul Rée, entre outros grandes homens. Ela quebrou regras morais em seu tempo. Falando em quebrar regras morais, Pagu é um nome peculiar. Patrícia Rehder Galvão, que usava o pseudônimo de Pagu, viveu na década de 30, foi escritora e jornalista, casada com o escritor Oswald de Andrade. Ela escandalizava a sociedade, quando fumava na rua, e usava roupas transparentes, e foi a primeira brasileira a fazer topless. E por fim, Simone de Beauvoir, escritora, filósofa existencialista e feminista francesa. Casada com o filósofo existencialista Sartre.

“O que distingue o homem do animal é a razão; confinado no presente, lembra-se do passado e pensa no futuro: daí a sua prudência, os seus cuidados, as suas freqüentes apreensões. A razão débil da mulher não participa dessas vantagens nem desses inconvenientes; sofre de uma miopia intelectual que lhe permite, por uma espécie de intuição, ver de uma maneira penetrante as coisas próximas; mas o seu horizonte é limitado, escapa-lhe o que é distante. Daí resulta que tudo quanto não é imediato, o passado e o futuro, atuam mais fracamente na mulher do que em nós: daí também a tendência muito mais freqüente para a prodigalidade, e que por vezes toca as raias da demência.” Arthur Schopenhauer


A maioria das mulheres não tinham acesso à educação. Elas sempre foram educadas para criarem filhos e cuidarem da família. Mesmo assim, com pouquíssimos mecanismos de inclusão, se sobressaíram. Infelizmente muitas destas foram desfavorecidas pela História, (esta que foi escrita por homens), sendo esquecidos os seus feitos. Outras que desafiaram este falo ereto da sociedade, foram queimadas na fogueira da inquisição, acusadas de bruxaria, sendo elas na maioria das vezes, cientistas.



Atualmente mulher tem acesso à educação, mesmo com todo preconceito e discriminação, ela pode chegar a níveis outrora inimagináveis, hoje a mulher se encontra em cargos de chefia. Elas são escritoras, filósofas, artistas, políticas, cientistas, empresárias, donas de casa, donas disso ou daquilo, donas de sua inclusão social.

domingo, 7 de dezembro de 2008

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Educação e informação


O Brasil passa por mudanças relacionadas à tecnologia e inclusão social, estas aceleradas e provocadas pela globalização. Diante de tanto crescimento em um lado, do outro extremo continua a crescer a desinformação, a violência e o desemprego. A sociedade mudou com a “democratização” digital, ou apenas favoreceu uma determinada classe? A informação é vinculada de forma correta, ou precisaria de alguma mudança na cultura da sociedade?
Sabe-se que o mundo mudou rapidamente com a globalização, e muitos países, inclusive o Brasil, quiseram acompanhar esse crescimento. Algumas medidas foram tomadas para ser realizada aqui a inclusão digital, como o crédito fácil para computadores, internet nas escolas, tele centros comunitários.
Entretanto, de outro lado se vê constantemente a falta de informação gerando violência, desemprego, alienação. A desigualdade e exclusão social estão apenas mudando a face e se tornado exclusão digital.
De fato, a informação via internet chegou a quase todos, até a classe pobre. A informação agora é socializada por meio de “cybers” e “lan houses”. Todavia, essa informação é manipulada pela cultura de massa, o que gera uma leva enorme de pessoas a procurarem nessa fonte de informação, apenas sites de relacionamentos e bate-papos, resumindo a utilidade desse meio. Porém, esse acesso, outrora não disponível, forneceu: bibliotecas virtuais, enciclopédias, dicionários. Sem falar em cursos, sejam técnicos ou superiores à distancia.
Difícil em um país, cuja cultura subdesenvolvida, haja uma inclusão verdadeiramente social, pois há de se mudar o alicerce de toda estrutura, e esse alicerce chamamos de educação de boa qualidade, que com certeza surtirá efeitos, mesmo a longo prazo.

(Elza Nayara)